Portão do campo com a inscrição: Arbeit Macht Frei ("o trabalho liberta".) |
Esse
post será inteirinho dedicado ao campo de concentração de Sachsenhausen,
simplesmente a coisa mais emocionante que já vi em toda minha vida de 21 anos.
Localizado
nos arredores de Berlim, o acesso foi muito fácil de trem. Cheguei peguei o meu
áudio guia, vi a movimentação do lado de fora, saberia que seria emocionante,
mas nunca imaginei que seria do modo que foi.
Logo na
entrada, painéis contando parte da história, a casa onde os militares passavam
por um treinamento para aprender a administrar outros campos da Europa, um museu,
e enfim o portão de entrada para o campo, situado na torre A (O relógio da
torre marca exatamente 11 horas e 5 minutos, quando se iniciou a “marcha da
morte”, momento que os prisioneiros deixaram o campo rumo ao nada em condições
precárias, e os que não conseguiam caminhar eram fuzilados).
Ao
andar pelo campo tive uma das sensações mais estranhas da minha vida – não, não
é exagero – um desolamento e a agonia pairam por lá, parece que até o sol tem
vergonha de brilhar, um local sem cores... Percebi isso também olhando os outros turistas que estão
por lá, cabisbaixos e com o semblante triste, não se vê pessoas sorrindo ou
tirando foto como de costume em locas turísticos. O áudio guia vai contando a
história sobre tudo e em alguns momentos tive a sensação de caroço de azeitona
agarrado na goela, ao entrar nas cabanas era possível ver as situações
precárias em que os prisioneiros viviam, camas amontoadas ou pequenos quartos
forrados com um pano para 100 pessoas, banheiros mais precários ainda.
Estação Z |
É
possível ver também o paredão de fuzilamento, que recebeu o irônico nome de “Estação
Z” – O pesadelo se iniciava no momento da entrada pela torre A e terminava na
estação Z – vários países colocaram placas em homenagens às suas vítimas.
Os
vestígios das câmeras de gás também são visíveis, e em minha opinião a parte
que mais impacta – e eu lembrava constantemente do filme “O menino do pijama
listrado”.
Na
enfermaria é possível ver o local onde eram realizadas as autópsias – que de
nada serviam – já que sempre eram declaradas mortes por velhice, pneumonia e
outras doenças comuns da época com a finalidade de maquiar os crimes de guerra,
e onde eram realizados testes com os prisioneiros ainda vivos.
Quando
assisti “O menino do pijama...” pela primeira vez foi pouco antes de pegar o
trem da madrugada de Varginha para São Paulo, eu passei a viagem inteira com um
sentimento ruim, e acabei de assisti-lo novamente depois da visita, mas acho
que foi meio pesado.
Mas
enfim, acredito que seja uma visita que todos tenham que fazer e ver de perto
as atrocidades cometidas por mero capricho.
Impossível fugir |
Banheiro |
Área de banho |
Vestígios da comera de gás |
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