domingo, 28 de outubro de 2012

Ao vivo e sem cores...

Portão do campo com a inscrição: Arbeit Macht Frei 
("o trabalho liberta".)
Esse post será inteirinho dedicado ao campo de concentração de Sachsenhausen, simplesmente a coisa mais emocionante que já vi em toda minha vida de 21 anos.
Localizado nos arredores de Berlim, o acesso foi muito fácil de trem. Cheguei peguei o meu áudio guia, vi a movimentação do lado de fora, saberia que seria emocionante, mas nunca imaginei que seria do modo que foi.
Logo na entrada, painéis contando parte da história, a casa onde os militares passavam por um treinamento para aprender a administrar outros campos da Europa, um museu, e enfim o portão de entrada para o campo, situado na torre A (O relógio da torre marca exatamente 11 horas e 5 minutos, quando se iniciou a “marcha da morte”, momento que os prisioneiros deixaram o campo rumo ao nada em condições precárias, e os que não conseguiam caminhar eram fuzilados).
Ao andar pelo campo tive uma das sensações mais estranhas da minha vida – não, não é exagero – um desolamento e a agonia pairam por lá, parece que até o sol tem vergonha de brilhar, um local sem cores... Percebi isso também olhando os outros turistas que estão por lá, cabisbaixos e com o semblante triste, não se vê pessoas sorrindo ou tirando foto como de costume em locas turísticos. O áudio guia vai contando a história sobre tudo e em alguns momentos tive a sensação de caroço de azeitona agarrado na goela, ao entrar nas cabanas era possível ver as situações precárias em que os prisioneiros viviam, camas amontoadas ou pequenos quartos forrados com um pano para 100 pessoas, banheiros mais precários ainda.
Estação Z
É possível ver também o paredão de fuzilamento, que recebeu o irônico nome de “Estação Z” – O pesadelo se iniciava no momento da entrada pela torre A e terminava na estação Z – vários países colocaram placas em homenagens às suas vítimas.
Os vestígios das câmeras de gás também são visíveis, e em minha opinião a parte que mais impacta – e eu lembrava constantemente do filme “O menino do pijama listrado”.
Na enfermaria é possível ver o local onde eram realizadas as autópsias – que de nada serviam – já que sempre eram declaradas mortes por velhice, pneumonia e outras doenças comuns da época com a finalidade de maquiar os crimes de guerra, e onde eram realizados testes com os prisioneiros ainda vivos.
Quando assisti “O menino do pijama...” pela primeira vez foi pouco antes de pegar o trem da madrugada de Varginha para São Paulo, eu passei a viagem inteira com um sentimento ruim, e acabei de assisti-lo novamente depois da visita, mas acho que foi meio pesado.
Mas enfim, acredito que seja uma visita que todos tenham que fazer e ver de perto as atrocidades cometidas por mero capricho.
Impossível fugir
 
Banheiro
 
Área de banho

Um memorial extremamente alto foi construído atrás da Casa dos Comandantes para deslocar a atenção dos visitantes a um ponto distante das atrocidades ali cometidas. No monumento, triângulos vermelhos simbolizam a bravura dos prisioneiros políticos.


Vestígios da comera de gás


 


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