domingo, 28 de outubro de 2012

Dancei bonito na blitz holandesa...

Como escrevi em um dos meus primeiros posts aqui no blog, as magrelas são usadas pra tudo a qualquer hora do dia e independente do tempo, não interessa se chove granizo ou se neva eu se o furacão katrina está passando por aqui (ops, sorry, o katrina já está meio démodé né? Melhor dizer Sandy) e tem algumas leis especiais para a magrela como fazer sinais com a mão, andar sempre na mão correta, usar luzes dianteiras e traseiras... E essa última me deu uma dor de cabeça...
Eu pedalava num humor não muito bom, pois estava um frio da #$%¨&, e só com a luz dianteira... até que viro a esquina e me deparo com uma blitz, sim uma blitz para bike e fu%¨& (bem coisa de holandês cheio de frescurite agúda) o Seu polícia me fez sinal para encostar e foi falando holandês comigo, eu já sabia do que se tratava e tentei fazer a linha simpática e soltei logo um “Ik spreek niet Nederlands” mas não colou, ele foi fazendo a linha dura, me fez ir em casa buscar meu passaporte e voltei com uma lanterna amarrada na bike com durex e foi um diálogo mais ou menos assim:

-Mas menina, isso não é uma boa ideia...
-Seu polícia, sei que a ideia não é boa, mas isso é “legal”?
-Até é legal, mas eu não aconselho....
-Poizé, acontece que eu sou au pair e depois dessa multa eu nunca que terei dinheiro pra comprar uma luz direita, me desculpe...

Mas voltamos ao ponto da multa ele me deu uma caprichada, e quando perguntei o valor esperanto uns 30 euros, ele soltou logo 51..  Nessa hora meu coração quase saiu pela boca, meu bolso começou a chorar, e as moedinhas que estavam no bolso quase saíram correndo de medo...  E o pior de tudo é que o seu polícia era quase um deus grego. Fui pra casa choramingando, e pensando como contaria para os meus host e como pagaria a multa...
Mas no final acabou tudo certo, o meu host disse que o policial estava errado de não aceitar minha identidade holandesa e pedir meu passaporte, e que quando chegar a multa em casa ele vai simplesmente rasgar e esquecer... O que me deixou alguns kilos mais leve por saber que não vou precisar usar o dinheiro de Paris e pagar uma multa de 51 euros.

Então você, futura au pair - ou atual -  tome cuidado com suas luzes.... Corre a boca pequena que entre outubro e novembro eles pegam pesado nas blitz...

Ao vivo e sem cores...

Portão do campo com a inscrição: Arbeit Macht Frei 
("o trabalho liberta".)
Esse post será inteirinho dedicado ao campo de concentração de Sachsenhausen, simplesmente a coisa mais emocionante que já vi em toda minha vida de 21 anos.
Localizado nos arredores de Berlim, o acesso foi muito fácil de trem. Cheguei peguei o meu áudio guia, vi a movimentação do lado de fora, saberia que seria emocionante, mas nunca imaginei que seria do modo que foi.
Logo na entrada, painéis contando parte da história, a casa onde os militares passavam por um treinamento para aprender a administrar outros campos da Europa, um museu, e enfim o portão de entrada para o campo, situado na torre A (O relógio da torre marca exatamente 11 horas e 5 minutos, quando se iniciou a “marcha da morte”, momento que os prisioneiros deixaram o campo rumo ao nada em condições precárias, e os que não conseguiam caminhar eram fuzilados).
Ao andar pelo campo tive uma das sensações mais estranhas da minha vida – não, não é exagero – um desolamento e a agonia pairam por lá, parece que até o sol tem vergonha de brilhar, um local sem cores... Percebi isso também olhando os outros turistas que estão por lá, cabisbaixos e com o semblante triste, não se vê pessoas sorrindo ou tirando foto como de costume em locas turísticos. O áudio guia vai contando a história sobre tudo e em alguns momentos tive a sensação de caroço de azeitona agarrado na goela, ao entrar nas cabanas era possível ver as situações precárias em que os prisioneiros viviam, camas amontoadas ou pequenos quartos forrados com um pano para 100 pessoas, banheiros mais precários ainda.
Estação Z
É possível ver também o paredão de fuzilamento, que recebeu o irônico nome de “Estação Z” – O pesadelo se iniciava no momento da entrada pela torre A e terminava na estação Z – vários países colocaram placas em homenagens às suas vítimas.
Os vestígios das câmeras de gás também são visíveis, e em minha opinião a parte que mais impacta – e eu lembrava constantemente do filme “O menino do pijama listrado”.
Na enfermaria é possível ver o local onde eram realizadas as autópsias – que de nada serviam – já que sempre eram declaradas mortes por velhice, pneumonia e outras doenças comuns da época com a finalidade de maquiar os crimes de guerra, e onde eram realizados testes com os prisioneiros ainda vivos.
Quando assisti “O menino do pijama...” pela primeira vez foi pouco antes de pegar o trem da madrugada de Varginha para São Paulo, eu passei a viagem inteira com um sentimento ruim, e acabei de assisti-lo novamente depois da visita, mas acho que foi meio pesado.
Mas enfim, acredito que seja uma visita que todos tenham que fazer e ver de perto as atrocidades cometidas por mero capricho.
Impossível fugir
 
Banheiro
 
Área de banho

Um memorial extremamente alto foi construído atrás da Casa dos Comandantes para deslocar a atenção dos visitantes a um ponto distante das atrocidades ali cometidas. No monumento, triângulos vermelhos simbolizam a bravura dos prisioneiros políticos.


Vestígios da comera de gás


 


sábado, 27 de outubro de 2012

A cidade que lidera meu rank


Eu acabei de chegar de Berlim, me encantei de tal maneira com a cidade que aqui estou escrevendo sobre ela agora – sendo que ainda não contei de Londres, Itália ou Praga...

Eu deixei Berlim para uma das últimas cidades devido a facilidade do transporte para viagens de dois dias (entenda por facilidade: Viagem de ônibus com duração de 11h30min e com passagens de 60 euros).

 
É com prazer que apresento a cidade que está liderando minha lista...
Eu simplesmente me encantei, uma cidade moderna, servida por uma ótima linha de metrô e trem, funcionando a 1000km/h, pessoas ativas 24h por dia, ótimos bares e restaurantes (não que eu tenha frequentado nenhum restaurante haha), e agitada vida noturna... O estilo de vida de lá me fez lembrar São Paulo (e quem me conhece sabe que tenho uma queda feia por Sampa), quiçá o motivo da mina simpatia por Berlim.
Mas não tem como negar, Berlim encanta por sua carga histórica, principalmente para aqueles que gostam da segunda guerra mundial (meu período favorito).  As evidências de que a cidade foi praticamente destruída durante a guerra são visíveis, não por vestígios de destruição, mas por ter sido reconstruída é uma cidade relativamente nova.
Uma das coisas que mais achei interessante é o tamanho do memorial aos Judeus – 2711blocos de concreto - e sua importância, e o estacionamento construído sobre o local da morte de Hitler, para despistar o local e não dar mais atenção do que ele já tem.
O muro também é um ponto que merece uma atenção especial, afinal foi derrubado num passado bem próximo, e muitos dos turistas lembram exatamente desse momento e acompanharam tudo por televisão na época (eu nasci 2 anos depois). Ah e me lembrei bastante de um filme alemão que gosto muito,”Adeus, Lênin!” – Mas uma dica, não vá esperando ver a muralha da China, é apenas um pedaço da parede rs)
E claro não da pra não mencionar as cervejas alemãs, com a opção au pair barata da Pilsner Berliner, e principalmente a Franziskaner e cheguei a pagar 1,50 euros na garrafa (era minha queridinha em São Paulo, mas era artigo de luxo, já que é super cara nos bares paulistanos)

Sobre a culinária eu re-experimentei o chucrute e cheguei à conclusão de que realmente não é algo que agrade meu paladar, mas a parte boa: veio acompanhado de um joelhão de porco que estava simplesmente delicioso (ainda bem que deixei de ser fresca para comer). Comi também o famoso currywurst – salsicha ao curry – que é muito gostosa – corre a boca pequena que o Curry 36 é um dos melhores lugares – e comi também o Doner do Mustafa, Classificado como Nº6 de 4.274 restaurantes em Berlim, é um trailler no meio da calçada e a fila de espera é de uns 20 minutos em média. Para beber me amarrei do club-mate e no bionade (chás gelados) dica que peguei no vivaberlim.com (se você estiver pensando em visitar Berlim, vale a pensar dar uma vasculhada de cabo a rabo nesse site, é “de brasileiro para brasileiro”)
Um beijo e acredito que em breve postarei de novo sobre a parte mais emocionante da viagem, a visita ao campo de concentração.

Memorial
 
Local do suicídio de Hitler

 
Catedral



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Fato aleatório sobre minha bike

Tive até que remover algumas teias de aranha desse blog antes de escrever de novo....

 Mas então, a minha magrela já virou minha melhor amiga aqui e faço quase tudo com ela, porém algo estranho aconteceu... Usei a bike para ir pegar umas fotos que deixei para revelar – a loja fica a 3 min. pedalando da minha casa – estacionei a queridinha, entrei na loja, peguei as fotos, comecei a olhar e fui caminhando para casa....

No final do dia meu host viu que tinha uma bike faltando e perguntou se eu sabia de algo, disse que não, pois de manhã não usei a bike... Ele entrou em desespero achando que alguém tinha entrado em casa e roubado a bendita e ficou uma pilha de nervos...

Passou o momento de tensão e ele pediu para eu ir ao supermercado – que fica ao lado da loja de fotos – e eu fui saltitando.. Quando cheguei à praça a primeira bicicleta da fila era igual a minha, fui conferir, e não é que era mesmo a minha?! Voltei pra casa com a bike e o host quase deu pulos de alegria que não tinha sido roubada e o stress passou.

Eu JURO que não menti quando disse que não sabia da bike, eu realmente esqueci que tinha usado a queridinha mais cedo.
Beijos e até quando eu lembrar de escrever... - Quiça ainda escrevo sobre a itália, praga... ou sobre a saudade... ou sobre o fato que eu tenho somente mais dois meses aqui na holandinha e que em breve meu ano laranja terá um fim... Mas veremos...