terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tudo novo de novo


"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial...”

É meu amigo, não tem como discordar, essa foi realmente uma idéia brilhante. “Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.” E é nessa hora que o Ano Novo cai feito uma luva: Ele renova nossas esperanças, nossa vontade de acreditar, de mudar.

“Para ganhar um Ano Novo  que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo” – Ou caso contrário, será apenas um ano pintado de novo. Desejo que vocês tenham muitos desejos e que corram atrás, pq o desejo é poderoso, mas sozinho não é quase nada - Estou com um pressentimento de que 2012 vai ser %&*#.

Minha retrospectiva 2011:
§  Não consegui me libertar do tão badalado campestre na noite de ano novo;
§  Logo no primeiro dia útil do ano fui uma pessoa útil também, meu primeiro dia de trabalho estágio na Globosat (mal sabia eu que ia gostar tanto);
§  Carnaval em Muzambinho cazamiga tudo;
§  Ajudei;
§  Aproveitei minha família;
§  Saltei de paraquedas;
§  Superei o Mini PIC;
§  JUCA Caçapava 2011;
§  Ganhei ingresso para o rock in rio, de véspera, para ver Red Hot. E fui;
§  Aprendi a comer verdinho - legumes/verduras;
§  Vim morar na Holanda;
§  Passei o natal longe da minha família pela primeira vez;
§  E finalmente me libertei do tão badalado réveillon do Campestre, e vou passar a virada do ano na Escócia – Edimburgo para ser mais exata.


                                              Até ano que vem. \o





Eu não sinto meus pés no chão

Eu sou da PUC sim senhor - JUCA
Rock in Rio - Eu fui

Carnaval



Mini PIC


Sonhar Acordado
Globosat


Holanda, bebê

Família

domingo, 25 de dezembro de 2011

Feliz natal - Merry Christmas - Feliz Navidad - Fijne Kerstdagen


Primeiramente um Feliz Natal para todo mundo, com muitas energias positivas.

Meu primeiro natal sem a minha família. Estranho. Muito estranho. Vamos lá...

Mesmo com todos os enfeites, eu demorei pra entender que já era natal, vai ver que é porque eu estou acostumada com o nosso “natal brasileiro”, lá em casa a gente passa o dia todo preparando as comidinhas, a tarde já começamos a tomar uma caipirinha, cervejinha, vinhozinho enquanto organiza a casa para o tão esperado natal. Aí depois tem todo um ritual de se arrumar, passar uma maquiagenzinha pra dar um tchan na cutis.. e vamos a lá mesa: Muita conversa, casa cheia, família completa, é um entra e sai daqueles parentes que vc só vê no natal e mesmo com 20 anos eles falam: Nossa como você cresceu, ou então a velha piadinha, se o pavê é pra ver ou pra comer. E aí todo mundo relembra acontecimentos do ano (a princípio lá em casa eles devem estar relembrando o meu porro do ano passado), chega a hora do tão esperado amigo oculto, e sempre tem um emburrado pq não gosta do presente, sessão de fotos – só os filhos, só os netos, família toda. E no dia 25 um baita almoço, com um bacalhau tinindo e a cena do dia 24 se repete. - Saudade de vocês.

Aqui o dia foi ontem normal, a tarde saímos para patinar no gelo (eu não caí nenhuma vez) chegamos em casa e começamos a preparar o jantar todos juntos (sem tomar banho, sem arrumar, sem passar maquiagem) sentamos a mesa, comemos (tava uma delicia e ainda bem que aqui não tem essa mania de frutinha em todas as comidas), tomamos uma taça de vinho, conversamos bastante mas as 19:40 já tinha acabado. Não teve nenhum doce. Aí nessa hora bateu uma saudade de casa, imaginei todo mundo junto lá, apertinho no coração. Mas aí eu pensei comigo mesmo: Natal é para passar feliz, em paz e com a sua família (clichê, mas verdade) e assim foi o meu natal, feliz, em paz e com a minha nova família holandesa que já me fiz sentir em casa. Valeu host family.

Hoje dia 25 os meninos acordaram as 7 da manhã inquietos e curiosos para saber o que o Santa deixou, e fomos todos abrir os presentes. A carinha deles de alegria foi a coisa mais gostosa do natal, e eles adoraram o João bobo que dei de presente. Passei o dia passeando pela cidade com a Jessyca (outra au pair brasileira) e terminei num jantar com a Nadia (atual au pair)

Quem disse que pra tá junto precisa tá perto?!

Clima Natalino aqui em casa

Sam feliz com a surpresa

Eu também ganhei presente
Meu presente para os meninos, que
 amaram conhecer o joão bobo


Companhia brasileira para o natal \o/



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A famosa magrela


Aqui elas estão por toda parte, eu já sabia, mas não imaginava que era como é. Todo mundo tem uma: as crianças, os adultos, as au pair, os velhinhos, magrinhos e gordinhos. E têm de todos os modelos: com cadeirinha, com cesta, com bolsas laterais, com caixas para carregar bebes, e algumas pessoas encaram a sua como abadá: super personalizada. Até eu já tenho uma. – A Holanda é o único país em que o número de bicicletas é maior que o número de habitantes.

Eu aprendi a andar de bicicleta bem novinha e achei que fosse tirar de letra, mas não é bem assim, peguei a minha magrela e comecei a andar e logo de cara quase bati no carro estacionado, mas pedalei uns 3 minutos e já peguei o jeito. Fui dar uma longa volta pela cidade, e fui aprendendo as regras... É preciso fazer sinal com o braço indicando onde vai virar, quando escurece (17h00) tem que ligar a luz, as bicicletas têm preferência, mas em alguns lugares é preciso atravessar na faixa. Meu maior medo foi a primeira vez com o meu mais novo na cadeirinha, o que eu iria dizer aqui em casa se chegasse com o moleque esfolado? Mas acho que já acostumei, e claro que com ele na bicicleta o cuidado é em dobro. E na hora do rush também e perigoso, aí eu vou empurrando minha magrela. (A minha bunda ainda dói muito, sensação de 3 aulas de spinning seguidas.) Quem sabe eu não volto pro Brasil com os glúteos torneados?!

Mas, aí vem a parte cruel.. Aqui é tipo SP, garoa o dia inteiro, o vento é terrível e por mais que não esteja tão frio, vc vai sentir uma sensação tipo “Minha cara está rasgando”. Mas isso é o de menos, a gente acostuma. Agora imagina o meu lindo cabelo comportado no vento, tomando chuva, com gorro ou protetores de orelha tipo fone de ouvido. Imaginou? “POW”, a indelicadeza a inconveniência em forma de cabelo. 

Eu após um passeio na magrela

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Onde, com quem e como.


Eu moro em Delft, uma pequena cidade de aproximadamente 90mil habitantes que fica entre a sede do govero Haia e Roterdã. Ouvi de alguns holandeses que é a cidade mais bonita da Holanda. Aqui tem uma universidade muito famosa de tecnologia, e muitos jovens e bares legais, esses dias li sobre Delft: “A única desvantagem é o número de jovens do sexo masculino: a maioria dos estudantes é homem. Existe em Delft um deficit de mulheres estudantes.” – Bom até então eu não vi nenhum problema. A cidade está enfeitada para o natal, tudo é tão lindo que eu me sinto em um clássico filme de natal. 

A minha host family é muito boa, cuido de dois boys, o Sam (7) e o Jake (4), tem a Nádia atual Au Pair que está me dando uma mão (quase o braço todo) meus hosts Tonya and Patrick, e o Max, o gato preto do olho amarelo que fica me rondando o dia inteiro para ganhar comida. Os meus meninos são muito agitados, mas são lindos e morrem de rir quando eu preciso fazer uma mímica para explicar a palavra.

As casas aqui são engraçadas, são finas e compridas, e a minha tem 3 andares e o maior problema é que a escada e fininha e perigosa, e como eu sou uma pessoa desastrada com déficit de atenção desço igual as minhas kids, com mãos apoiadas. (Ai de mim se chegar alcoolizada em casa)

Eu ainda tenho um pouco de dificuldade com o inglês, acordo falando em português, aí pego no tranco e falo inglês o dia todo, e no fim do dia meu cérebro fica com preguiça de pensar em inglês, mas não vejo a hora de ter meu primeiro sonho em inglês.

Hoje dei o primeiro passeio pela cidade sozinha, as ruas são todas iguais e eu com esse meu ótimo senso de direção tive dificuldades. E é claro que gostando de cozinhar e de comer fui passear no supermercado. Tudo muito barato, muito mesmo, vinhos, queijo brie a preço de queijo minas, e muitas opções, visualmente é muito parecido com o pão de açúcar - supermercados definitivamente me encantam.

P.S=Hoje eu comi vagem (para os que me conhecem pouco, isso é um avanço de vida, pois quando cheguei aqui tinha aversão a tudo que é verde)

Filme europeu no natal
Delft me recebendo de coração aberto
Foto clássica 


Max, o gato charmoso.
Bagunça com o Jake


Meus Meninos







terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Bom Dia Holanda


Hoje foi um típico dia holandês pra mim (eu acho) acordei, tomei um leitinho de vaquinha holandesa (eu acho), um pãozinho e fui pra rua com a minha super magrela bike holandesa, que merece um post só para ela depois, mas já adianto que tô com o bumbum doendo.

À tarde fiquei com os meus boys, jogamos bola até e é claro que o ídolo do mais velho é o Ronaldo (pontos para o Brasil). - Tudo bem que estava garoando e fazendo 4 graus lá fora, mas isso é só um detalhe.

Aqui é um pouco estranho, 17:00 horas já está escuro, e isso faz com que eu fique confusa todos os dias, e como já é noite jantamos às 18:00 – eu comi brócolis e gostei, é um avanço de vida pra mim - hora de ver TV, colocar os meninos na cama, e como isso ainda é 20:00 hora de sair, tudo é tão perto e a temperatura tão agradável que vamos caminhando sempre.

Hoje fomos num pub que toca jazz, SENSACIONAL, gente nova, gente velha, gente bonita, me apaixonei umas 5 vezes, haineken a preço de banana e show de jazz ao vivo, no melhor estilo JAM, bebemos 2 chops, curtimos a música e viemos para casa. (Eles não conhecem o “Mineiros way of life"), mas foi amor a primeira vista, já vi que vou freqüentar muito esse pub.


Agora é hora de dormir porque amanhã o dia é longo - E meu edredom é uma delícia, ele me abraça, me acolhe e eu me perco em seu meio - Goede Kennis.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Desculpe o empurrão, me empresta a sua mão...


... É a falta de espaço Deu caimbra no braço É a circulação.

Começando de onde parei, fui questionada sobre o ET de Varginha e fui feliz da vida entrar no avião. Já recebi um “boa noite” em holandês (bom, assim foi minha suposição né). Entrei já ouvindo um barulho de choro e pensei: Ai, deveria ter pedido também pra não ter criança chorando. E aí começou o meu tormento, o choro que não parava. 10 min, e nada do menino parar, passou pela minha cabeça que a mãe estivesse espancando, sufocando, queimando, perfurando o menino... Tive vontade de enfiar uma meia suja na boca do coitadinho, mas aí pensei que a mãe dele já estava com vontade de fazer isso, fora a vergonha que ela tava né, aí resolvi abstrair.

Então me acomodei (isso é modo de falar, pq na classe econômica é impossível), Classe econômica vem do latim: É suvaco na orelha e joelho no plexo solar. Como é de costume, peguei o controlezinho da TV apertei todos os botões, vi todos os canais e jogos, no melhor estilo “vim lá do interior seu moço”. Então resolvi pegar para ler o book que ganhei do pessoal da faculdade e a carta da Thais, ah seus #$%¨& -com o perdão do palavreado-assim vocês me matam, vai ficar aqui guardado pra hora que a saudade apertar.

Aí resolvi mandar pra dentro um remedinho e dormi como uma pedra, e como uma boa gordinha só acordava na hora das refeições.

No final sai pegando minhas bagagens de mão, e fui-me embora de blusa de manga curta, “Vou sair por aí, Vou querer me esticar, Não sou boi confinado Atum enlatado, Eu vou me mandar” peguei minha mala e como uma boa bocó só me toquei depois que nem me lembrei do free shop, era muita empolgação. Mas tudo bem, localizei meu host dad e minha kid mais nova, e fomos embora, saí do aeroporto e @#$%$#% que frio.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Boa Noite Brasil



“Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir”

Bom, era pra eu colocar esse post online ontem na hora de embarcar, mas como estou acostumada com rodoviária que é tudo rapidinho nem me toquei que o tempo seria a conta certinha (alma de pobre)

Eu passei por uma temporada intensa de despedidas, foram 15 dias corridos, despedida da faculdade, dos amigos da faculdade, dos amigos de varginha que moram em SP, dos amigos de Varginha que moram espalhados por aí, da família, da Globosat... Mas isso sem a ficha ter caído ainda. E na despedida final de varginha ganhei um book, aí então eu comecei a cair na real.

Bom, enfim chegou o dia mais esperado, o: É HOJE MANOLO. E partimos para SP, rumo ao aeroporto, e quando cheguei aí sim, A FICHA CAIU! Pensei: “É isso mesmo? To indo?”, e segui para a fila do ceck-in (Uma hora na fila) e quando despachei a mala, bateu um sentimento estranho (veja bem, não disse ruim).

Aí minha mãe me deu uma correntinha linda, com a medalha de Nossa Senhora de Fátima, aí meu coraçãozinho frágil já ficou abalado, e pra melhorar meu celular toca, era minha amiga desejando boa viagem, eu aceitei agradeci, e segui para o portão de embarque. Aí to ali fazendo hora com meus pais, meu irmão e a Thais, já com sensação de caroço de azeitona agarrado na goela, quando vem um bando de dispinguelado correndo, e adivinhem só? Eram meus amigos da faculdade, aí me deram um scrapbook, que eu guardei sem ver na mala. (Nessa hora o coração já estava abalado³)

Rolou aquele choro, é claro, mas não foi um choro de tristeza, foi um choro de alegria junto com a saudade que eu sabia que ia sentir. Dei um abraço em cada um, enxuguei a lágrima, respirei fundo, peguei minha mala e fui embora. E aí eu dava aquela olhada por cima do ombro, mas com um sorrisão na cara, e com o peito cheio de orgulho de mim, afinal tava realizando um sonho, e fiz dois pedidos momentâneos: Por favor força superior, não deixe sentar um gordão do meu lado, ou uma criança que chuta cadeira atrás de mim.

Ó mas vou contar um negócio viu, acho que foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, eu deixei do outro lado do portão de embarque (mesmo que por um ano – eu acho) minha família, meus amigos, minha vidinha de universitária em São Paulo, o emprego dos meus sonhos. Mas eu já tinha uma certeza comigo, o que estava por vir seria ótimo.

E só pra finalizar, passei na Polícia Federal/Alfândega antes de embarcar, entreguei o passaporte e o tiozinho fala: Ó, de Varginha? Já viu o E.T? (A gente sai de Varginha, mas Varginha não sai da gente), dei uma risadinha, respondi que já vim sim, e fui toda saltitante para o avião.

P.S=Já estou em terras holandesas, e aqui é tudo lindo. Já estou apaixonada.

P.S²= Prometo que vou maneirar no tamanho do próximo post.



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

2012: Meu ano laranja.


Sempre quis ter um blog, e não sabia bem sobre o que poderia escrever, agora tenho um tema: Estou de mudança, vou morar nas’zoropa, na Holanda para ser mais exata, lugar onde ficarei um ano.

Onde? Como? Por quê? Quando?

Nos últimos meses os diálogos têm começado assim:

-Vou fazer intercâmbio, serei Au Pair na Holanda.

-Au o que?

-Babá ¬¬’

-Holanda? Pq Holanda? Umn, safadjénha.

Vou confessar: nunca passou pela minha cabeça ser Au Pair na Holanda, a única coisa que eu tinha certeza era que queria morar um ano na Europa. Aí veio a parte mais importante, o verdinho (bufunfa, grana, dinheiro), o único programa que cabia no meu pobre bolso de estagária: Au Pair (claro que isso não foi um problema, e sim a solução, já que sou apaixonada por criança). Logo depois veio a escolha do país, Holanda o único país da Europa que têm o visto especial para Au Pair e que quase todo mundo fala inglês (a única língua que sei me virar mais ou menos). Passei 2 horas na internet lendo sobre a Holanda e pronto, criei uma nova paixão. Tudo me pareceu tão perfeito que foi como se eu mesma tivesse inventado.

Tudo decidido (na minha cabeça) porque por mais que eu ache que sou dona do meu nariz, eu tenho 20 anos e um pai e uma mãe. Então veio a segunda fase do processo: preenchi tudo que eu podia, e fui pra casa dos meus pais com toda papelada pronta. Claro que eles fizeram as clássicas perguntas: Por que Au Pair? Por que Holanda? Mais as adicionais: Como assim minha filha? Um ano? E foi aí que eu gastei todo o meu dom de persuasão, todo mesmo, achei que nem ia sobrar mais pra faculdade. Pronto, fase 2: checked.

Depois disso tudo veio só a parte burocrática: Renovar passaporte, achar uma host family (que falarei em breve, mas já adianto que meus boys são lindos) legalizar documentos, conseguir o visto, e nesse exato momento estou na fase final, que envolve a contagem regressiva (faltam 4 dias) e arrumar as malas.

Do momento que tive essa mirabolante idéia até hoje foram exatos 4 meses. O desejo é humano, demasiadamente humano, e poderoso.