...E agora José?
Sabemos que não vamos viver para
sempre e quem está ao nosso redor também não. Mas, acho que isso não significa
que andamos por aí preparados para a morte, né?!
Ainda mais quando esse alguém é
um Pai emprestado que me adotou e cuidou de mim desde o meu primeiro dia em SP, sem nem
saber quem eu era. Me buscava na faculdade, me deixava na porta de casa e só saía
com o carro no momento em que eu entrava e fechava o portão. Que em dia de
semana nos chamava pra tomar uma cervejinha, comer um petisco, e confundir sal
com açúcar na hora de temperar a calabresa. E ele era muito parecido com meu
Pai de verdade, parecidíssimo com o seu
Marcão em quase tudo... e ainda por cima compartilhávamos o dia do nosso
aniversário. Doce 9 de abril!
Ele era uma pessoa muito querida e tinha não só muitos amigos, mas grandes amigos que foram cativados pela sua capacidade
de amar que tendia ao infinito. E entre todas as mensagens em seu facebook eu
achei uma que me fez gargalhar e concordar em grau, gênero e numero: “Gente,
estou aqui pensando em como ele nos contaria a maneira como se encontrou com o
Senhor. Com certeza daríamos muita risada com sua narrativa cheia de detalhes e
trapalhadas. No mínimo o Braz confundiu Pedro com Cristo e achou que o anjo era algum ex-aluno do Estado...rs.”
Mas acho que a morte é assim
mesmo, com ela não tem meio termo, nem jogo de cintura. Ela chega chegando e
sem pedir licença. Logo eu, que nunca soube lidar
com isso e ganhei da minha mãe aos 8 anos o livro “Como os dinossauros lidam
com a morte”. Mas agora aos 22 os livros de dinossauro parecem muito infantis,
e aí minha mãe me disse: (...) “ a morte
é uma presença a ser incluída, admitida, consentida. (...) O consentimento dado
pelo sujeito à morte pode ter para ele o efeito libertário. (...) Temos que
acreditar nela – é uma crença –, e é isso que nos dá o alívio necessário a
encarar cada novo dia, pela manhã. (...) a suspensão da crença na morte, isso
enlouquece. Creiamos, pois, nela” Para que possamos viver melhor. Viva la
Vida!!!
Braz, deixo aqui o meu carinho,
admiração, respeito e amizade por vc. E espero sinceramente não ter cometido
nenhum erro de português nesse post para que você não puxe minha orelha. Só
tenho a agradecer por nossos caminhos terem se cruzado e por ter conhecido a
Carolina, que é uma irmã para mim em São
Paulo. Você falou em 2009 que sentia que a nossa amizade seria duradoura, e cá
estamos nós: Amigas, publicitárias formadas, quase adultas, e... inventando as
mesmas modas de sempre. E claro, morrendo de saudades de você.
Viver no coração
dos que ficam não é morrer. Então: Viva la Vida!
Um dos jantares pós aula. |
Março/2009. Início da Irmandade. |